Morada do Sol

Poesia da Terra

Eu sou a terra, eu sou a vida.
Do meu barro primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore, veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.

Eu sou a fonte original de toda vida.
Sou o chão que se prende à tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
e certeza tranqüila ao teu esforço.
Sou a razão de tua vida.
De mim vieste pela mão do Criador,
e a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e Paz.

Eu sou a grande Mãe Universal.
Tua filha, tua noiva e desposada.
A mulher e o ventre que fecundas.
Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.

A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.

E um dia bem distante
a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranqüilo dormirás.

Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
Cuidemos do ninho,
do gado e da tulha.
Fartura teremos
e donos de sítio
felizes seremos.

Cora Coralina

Subida ao Pico pela Face Norte

Fotos: Aton Wilches e Luis Eduardo Pomar

O mês de julho é a época ideal para fazer as caminhadas na serra, pois o clima mais seco dá a certeza de não voltar molhado pra casa. Subimos o pico em 3:30 h, mas não faltou disposição pra mim nem pro meu parceiro e guia, Aton, que bravamente foi achando o caminho de subida. Ao chegar lá em cima, é como se voássemos sobre o Vale do Matutu, e tamanha era nossa alegria que quase não queríamos descer mais. Tava bom demais lá em cima! A luz para fotografar foi ficando cada vez melhor, e quando resolvemos descer, já era tarde. Passamos por uma mata virgem à 2000 m de altitude, com cambuís que deveriam ter 100 anos. Já estava escuro quando chegamos na altura das 3 cachoeiras, já no Vale do Matutu. Confesso que apesar da adrenalina inicial, onde percorremos por lugares nunca antes caminhado, e por passagens de pedras um pouco expostas, foi tranquilo no geral.

Todo o dia o sol levanta
e a gente canta
o sol de todo dia.

Quando a tarde
a terra cora
a gente chora
porque é fim da terra

Vem a noite
e a Lua é mansa
e a gente dança
venerando a noite

Caetano Veloso

Foto:Lou Gold

Morada do Sol, alimento para todos os sentidos

Obrigado Senhor!

Fotos:Luis Eduardo Pomar

Semeia semente
debaixo da terra
O sol ela sente
a chuva ela espera
Para a terra ficar macia
tenho as mãos cheias de amor
Devagar já brota o broto
e germina então a flor.

Iara, Rori,Vovó e Lise

Foto:Luis Eduardo Pomar

Fotos:Lou Gold

Sol nascendo

Cântico do Amanhecer

Amanhece do lado do Oriente.
Estrela da manhã, bem-vinda seja!
Fulgura para nós eternamente
Se não somente a treva em nós viceja.

És tu, Divino Verbo, aquela estrela.
Não nos deixe viver sem teu fulgor.
É poderosa, a treva vem detê-la!
E assim nunca se esfrie em nós o amor!

Fotos:Amanda Farias, L.E.Pomar e Lou Gold

No meu coração vive a força do sol.
Na minha alma atua o calor do mundo.
Eu quero aspirar a força do sol.
Eu quero sentir o calor do mundo.
Força solar preencha o meu ser!
Calor do mundo permeie o meu ser!
Rudolf Steiner

Pico do Papagaio

Desenho do Gabriel

Foto:Lou Gold

Foto:Luis Eduardo Pomar

Construção da casa

Desenho do Caio

Fotos: Lou Gold e Luis Eduardo Pomar

Bom dia, meu querido sol!
Na nossa casa quer entrar,
as criancinhas acordar,
os passarinhos vão voar
e cantam, cantam com amor
para Deus Nosso Senhor.

Riacho do Fôro

Fotos:Luis Eduardo Pomar e Lou Gold

Colheita de macela

Fotos:Luis Eduardo Pomar

Mãos que abençoam e fazem o bem
Mãos que trabalham e não se detêm
Mãos que amorozas os fracos amparam
Mãos sim, que rezam e sempre rezaram
Mãos que se elevam num gesto profundo
É destas mãos que precisam o mundo.

Flora Nativa

Germinam as plantas
na noite da terra,
crescem os brotos
pela força do ar,
amadurecem os frutos
pelo poder do sol.

Assim germina a alma
no relicário do coração,
assim cresce o poder do espírito
na luz do mundo,
assim amadurece a força do homem
no fulgor de Deus.
R. Steiner

Fotos:Lou Gold